quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Doze

As gavetas da Dodó eu descobri mais tarde. Antes, nem com banquinho eu alcançava. Pente, anel, lenço, lápis, batom, creme, remédio, toalha, óculos, clips, tesoura, alfinete, linha, perfume, pulseira, caneta. E agora, numa caixa pequena, que foi de talco e está vazia, ela guarda quatro moedas de ouro. Que são só para mim. Que não são de ouro, são de chocolate, na verdade. Estão sempre lá. Eu como as quatro e mais quatro voltam a aparecer, no dia seguinte. E o papel dourado tem o perfume do talco. Da minha avó, tudo é perfumado.

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