quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Onze

As horas. Sei que quando eu acordo, ela já está acordada e por isso vou correndo para a cama dela. Onde ela está sempre me esperando. Ela sabe quando vou entrar e a cama dela é enorme e me acomodo numa preguiça sem fim espichando um pouco mais o começo do dia. Ela começa o dia e organiza as minhas horas. A hora do leite e de escovar os dentes, a de brincar no pátio com os cachorros e a de estender a roupa no varal. A de comer antes da escola. E a que eu menos gosto que é quando ela desembaraça os meus cabelos. Aí tudo complica, eu choro, berro e a voz dela diz o meu nome com outra voz. Um tormento, mas vou aprender esta palavra muito mais tarde, muito antes dela começar a fazer as pazes com os meus cachos e com os meus crespos.


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